Educar a população. Esta é a saída para destinação correta dos RCC (Resíduos da Construção Civil) em Bauru. A ideia foi defendida pelo presidente da Asten, Gerson Luiz Alves Pinheiro e ganhou o aval dos integrantes da mesa redonda realizada na Festieco (Festival de Tecnologia e Inteligência Ecológica). O objetivo do debate foi discutir a Gestão de Resíduos Sólidos da Construção Civil na cidade.
O Festieco ocorreu no último final de semana no Recinto Mello Moraes. Um dos eventos oferecido no festival foi o debate sobre RCC.
O debate sobre o tema reuniu o presidente da Asten, o diretor regional SindusCon (Sindicato da Construção Civil) de Bauru Renato Parreira, o secretário municipal do Meio Ambiente de Bauru(SEMMA) Valcirlei Gonçalves, o diretor da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) Nico Mondelli e os representantes da Asenag (Associação dos Engenheiros) Márcio Antonio Colin, da Comissão do Meio Ambiente da subseção da OAB, Mayra Fernandes da Silva e Ralph Ribeiro Junior, da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
O debate foi mediado por Renato Parreira, que iniciou apresentando uma pesquisa do SindsCon, com dados sobre a gestão de RCC feita em mais de 300 cidades paulista ( 54% dos municípios paulista).
A pesquisa classifica Bauru com 7 pontos no Índice de Gerenciamento Residual. O índice é uma soma de vários itens e mede se a cidade está no caminho correto do gerenciamento de RCC. A nota recebida por Bauru significa que a cidade encontra-se numa posição mediana.
Como melhorar?O presidente da Asten iniciou o debate argumentando que o maior empecilho para a destinação correta do RCC é a falta de educação ambiental da população.“Nós transportadores (caçambeiros) somos apenas os carteiros. Muitas vezes a população não entende dessa maneira. O maior problema para os transportadores tem sido a mistura de lixo orgânico com os RCC. Estamos trabalhando forte para que a destinação final seja correta, mas notamos que falta educação da população para separar o RCC do lixo orgânico”, disse Gerson.O presidente da Asten explicou que a mistura irregular causa diversos problemas aos transportadores, principalmente nas áreas de transbordo. Ele também apontou as soluções que a associação tem buscado para resolver a questão, como a campanha “Caçamba não é Lixeira”, que consta da distribuição de panfletos explicativos, anúncios publicitários em rádio e palestras aos segmentos envolvidos.
Nova legislação
O secretário da SEMMA falou sobre o novo decreto que regulamenta a destinação do RCC e que entrou em vigor no último dia 1º de maio.
A esse respeito, o diretor do SindusCon cobrou agilidade da SEMMA na elaboração do CTR (Controle de Transporte de Resíduos), documento que, entre outras finalidades, deve ser apresentado para a emissão do Habite-se das obras e que é exigido desde que a nova lei entrou em vigor.
O secretário justificou que a confecção do documento depende da ação de outras secretarias, mas que ele está fazendo o possível para que tudo seja regularizado o mais breve possível.Nico Mondelli, diretor da Emdurb defendeu o secretário da SEMMA e também ressaltou que este é o momento ideal para colocar em prática as leis ambientais das três esferas de poder que regulamentam o assunto.Ele falou que até o mês de agosto a Prefeitura de Bauru apresentará um Plano Integrado de RCC que poderá amenizar o problema da mistura de resíduos nas caçambas.Segundo ele, em curto prazo serão colocados containers diferenciados para cada tipo de resíduo em condomínios fechado e na área central da saída. Em médio prazo a iniciativa deverá estendida aos bairros, permitindo a população fazer a separação correta dos resíduos.
Reaproveitamento do RCC
O representante da Asenag defendeu que é preciso desenvolver projetos que façam com que o RCC retorne a cadeia produtiva. Segundo ele, o reaproveitamento do RCC é vital para o meio ambiente diante da escassez de áreas de transbordo, entre outros problemas.
Ele citou que, enquanto no Brasil existe uma barreira dos consumidores quando se fala em materiais reciclados usados na construção civil em outros países, como no Japão, o reaproveitamento de RCC chega a quase que 90%.
Para o representante da Unesp investir na educação da população é a única forma de diminuir os prejuízos ambientais provocados pela gestão incorreta do RCC, como a contaminação do lençóis freáticos e a emissão do CO2.
A representante da OAB concordou com o presidente da Asten que a saída é a educação colocou a entidade a disposição da Asten para realização de palestras de conscientização sobre o problema.
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